quarta-feira, 4 de junho de 2014

Um texto entre tantos outros.


Leia escutando:


Na rua enquanto ando, são tantos pensamentos soltos que dariam tantos textos bonitos pra você. Mas quando chego aqui, cara a cara com o teclado que está aflito tentando esperar que seja tocado pelos meus dedos com escritas de palavras bonitas, ele tem uma decepção. É que quanto mais eu quero escrever, menos eu consigo. É algo que vem, mas que ultimamente não anda vindo nem eu esperando com os olhos fechados e tentando fazer uma mandiga pra que isso aconteça. É tão ruim se sentir inútil quando você quer escrever sobre certos momentos mas tudo que acontece é um bloqueio mental sobre tudo. Sabe o que eu acho? São tantos pensamentos confusos rondando minha cabeça, que meus neurônios devem se chocar e ficam mais tontos do que já são. Tontos. Igual quando estou contigo. Sabe... ontem tentei sair pra espairecer, tentar algo diferente. Mas eu não conseguia te tirar da cabeça, você estava não sei onde, mas mesmo assim estava comigo, em algum cantinho que eu ainda não consegui te tirar. Eu só pensava em como seria tão mais divertido estar contigo, que fazer nada contigo seria muito melhor do que estar ali, onde eu estava. Pensava em como eu poderia rir com tuas besteiras, com tuas caras sérias que me faziam jurar que estava bravo comigo quando você só sabia dizer “eu só estou tocando pra você”. Eu sei que com você o pouco que eu tenho se torna muito. Eu sei que nem cheguei a te levar em todos os lugares que eu queria que você conhecesse comigo, e o meu medo é você conhecer com alguém que não seja eu. Queria tanto querer ser única pra você. Queria que tivesse sido tudo diferente. Juro, eu não sei qual foi o erro entre nós, não sei se foi a pressa, o tempo errado, ou se foi mesmo o meu jeito e o seu, que nós fizeram acontecer desse jeito. Eu sempre penso que tudo acontece como tem que ser, que por mais que seja sofrido era pra ser, por que estava escrito. Eu não sei o que vai acontecer. Eu não acho que você volte a falar comigo, e não sei se eu teria essa coragem agora. Falta de vontade não é. Mas percebi que você não queria mais, depois da nossa última conversa em que nem nos meus olhos você olhou. Odeio sentir teu cheiro todos os dias. É! Todos os dias sim! Por que cada pessoa que passa com um cigarro na mão do meu lado, tem 1% do seu cheiro, e é esse 1% que não me deixa te esquecer, nem por um dia. Queria mesmo era poder escrever de você, sobre algumas novas manias que eu poderia ter descoberto sobre você na nossa última noite juntos. Mas como vou fazer isso se não tivemos mas nem um dia se quer perto um do outro. Todo dia eu ficava imaginando quando eu te levasse pra argentina, conhecer a costanera como você queria. Imaginava nós dois rindo juntos, tirando fotos, e guardando todas elas pra quem sabe um dia fazer um mural com os dias mais engraçados que passamos juntos. Sei lá, eu sonho mesmo e daí?! Eu gostava de você, sei lá, ainda gosto, gosto da tua companhia, que mesmo torta do seu jeito me endireitava. Eu que sou tão louca desvairada queria ter feito algumas das minhas loucuras com você, queria ter lhe mostrado o que eu era de verdade. O que eu fazia quando estava com alguém que me fazia bem. Você só conheceu meu eu errado. O pior deles creio eu. Eu não tive tempo nenhum de te mostrar o meu jeito divertido, a não ser em uma de nossas noites juntos. Em que você pediu um nachos não muito saboroso, mas que na tua companhia aquilo se tornou só mais uma das coisas boas que passei mesmo pouco contigo. Apesar de você olhar insistentemente à luta no telão do bar, que eu não reclamei em nenhum momento. Eu sabia que depois você só olharia pra mim mesmo. Eu não precisava brigar com uma luta na TV pra ter sua atenção. Enquanto eu tinha sua atenção em qualquer outra hora. Chega, eu já nem quero mais falar nada. Não sei o que vou fazer nos dias seguintes, quem sabe eu volto a escrever pra você aqui, mesmo que você não veja. Quem sabe eu nem escreva mais. Quem sabe eu continue entrando no seu instagram incessantemente tentando achar alguma foto sua, mesmo sabendo que as fotos estão privadas. Quem sabe eu nem volte mais por lá. Quem sabe eu te encontre em algum bar beijando outra garota. Quem sabe essa garota possa vir a ser eu, quem sabe isso seja só um sonho, quem sabe isso nem aconteça. Mas uma coisa eu sei, você vai continuar aí, onde sempre esteve, fumando seu cigarro, compondo suas músicas, tomando seu café, pensando em mim ou não, deitado com outra ou não, tocando pra outra ou não, mas eu sei que aí você vai sempre estar, com um pedaço meu que ficou em você, com minhas risadas espalhadas nos teus cantos, e no teu sorriso que um dia também foi meu. E seu. 
(23.05.2014)

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