Leia escutando:
Sem ter um pedaço de papel eu me limito em pensamentos, sobre
essas pessoas tolas que vão e vem entre um meio e um fim, sem vida, sem emoção,
agonizando em meio à turbulência dos dias que passam. Fica por aqui em um tempo
sem fim, aproveita o que há de vir, veja que a vida não é só o tempo que passa,
vamos ouvir Caetano, Gil, Ramalho. Pega teu cavaco, deixa essa vida com graça,
faz luz onde há tanta escuridão. Deita no meu peito e afoga tuas mágoas,
construa sonhos em cima do meu cobertor de dormir. Que a vida tem fim só quando
é longe daqui, acorda com a grama molhada, se joga em mim. Dos teus restos eu
me faço feliz, nessa neblina de um café requentado eu escrevo nosso nome num
espelho embaçado, algo clichê sem graça de quem tem querer. Quer vir vem, se te
faço bem ainda que não te convém. O colorir só se vê naquela caixa que você
deixou, com teus lápis de cor. Tem um vagalume ainda aqui que tenta
insistentemente dar luz à algo que você deixou. Fica aí, que é bonito assim, te
analisar, te ver pulsar, em cima da cama que eu construí. Eu só te peço: me
ajuda à colorir?
(22.04.2014)
Nenhum comentário:
Postar um comentário